Doença neurodegenerativa ainda não tem cura, mas o diagnóstico e tratamento precoce do Alzheimer reduzem sua progressão e melhoram a qualidade de vida de idosos
Episódios de esquecimento podem ficar mais comuns com o envelhecimento, devido às diversas mudanças que nosso corpo e cérebro sofrem com o passar dos anos. No entanto, eles se tornam um alerta para a Doença de Alzheimer quando começam a interferir nas atividades diárias.
Considerado hoje o tipo de demência mais comum no mundo, o Alzheimer responde por até 70% dos 55 milhões de casos estimados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a doença atinge 1,2 milhão de pessoas e a cada ano mais de 100 mil novos casos são diagnosticados.
O que é tão preocupante em relação a esses números é que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, progressiva e por enquanto sem cura. Ela prejudica a memória, compromete as funções cognitivas e costuma provocar alterações profundas no comportamento das pessoas. Embora possa afetar pessoas de qualquer idade, é mais prevalente na população acima de 65 anos.
Embora a doença ainda não possa ser curada, entender os fatores de risco para prevení-la, bem como identificar seus sintomas iniciais, são fundamentais para o diagnóstico precoce que pode retardar o avanço da doença.
Fatores de risco para a Doença de Alzheimer
São apontados como fatores de risco para a doença fatores como: predisposição genética, baixo nível de escolaridade, hipertensão, obesidade, diabetes, tabagismo e consumo excessivo de álcool, embora as causas específicas para o desenvolvimento da doença ainda estejam sob investigação.
Por isso, ainda não é possível curar ou reverter as perdas cognitivas causadas pelo Alzheimer. Mas há perspectivas otimistas com avanços nas pesquisas e no desenvolvimento de novos medicamentos que trazem muitas esperanças para tratar e frear a progressão da doença, especialmente quando identificada em estágios iniciais.
O uso de alguns medicamentos, combinado com uma alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e estímulos cognitivos, pode desempenhar um papel importante em retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Por isso é tão importante estar atento aos primeiros sinais da doença, pois o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na qualidade de vida de seus portadores.
Principais sintomas e diagnóstico do Alzheimer
O diagnóstico do Alzheimer é clínico, feito com base em entrevistas com a família, o paciente e observações do médico especialista. As suspeitas são apoiadas por exames de sangue e de imagem (tomografia ou ressonância magnética), além de testes cognitivos. O diagnóstico precoce do Alzheimer é fundamental para retardar a progressão da doença e preservar a qualidade de vida do portador.
É importante ficar atento aos seguintes sinais:
- Falta de memória para acontecimentos recentes;
- Repetição da mesma pergunta várias vezes;
- Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
- Incapacidade de elaborar estratégias para resolver problemas;
- Dificuldade para encontrar palavras para explicar ideias ou sentimentos;
- Mudanças de humor, irritabilidade, suspeição injustificada, agressividade, passividade, interpretações erradas de estímulos visuais ou auditivos, tendência ao isolamento.
Além desses sintomas, o apoio emocional e psicológico profissional tanto para o paciente quanto para a família é fundamental desde o diagnóstico até o tratamento, afinal são muitos desafios impostos pela evolução da doença.
Estágios da Doença de Alzheimer
O quadro clínico do Alzheimer costuma ser dividido em quatro estágios, cada um com características específicas:
- Estágio 1 (forma inicial): Alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais. O paciente pode, por exemplo, esquecer compromissos importantes ou perder-se em lugares familiares.
- Estágio 2 (forma moderada): Dificuldade para falar, realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Agitação e insônia tornam-se comuns, e o paciente pode ter dificuldade em reconhecer rostos conhecidos.
- Estágio 3 (forma grave): Resistência à execução de tarefas diárias, como tomar banho ou vestir-se. Incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva começam a aparecer.
- Estágio 4 (terminal): Restrição ao leito, mutismo, dor à deglutição e infecções intercorrentes. O paciente depende totalmente de cuidados externos para sobreviver.
Mudanças de hábitos para se proteger contra o Alzheimer
Embora o Alzheimer e outras demências ainda sejam considerados enigmáticos, diversas pesquisas indicam que algumas mudanças de hábitos ao longo da vida podem reduzir o risco de desenvolvê-los. Um estudo americano, publicado em 2022, apontou sete importantes atitudes para proteger nosso cérebro e nossa saúde do risco de demências e Alzheimer, inclusive para pessoas com predisposição genética:
- Permanecer Ativo
Manter-se fisicamente ativo é fundamental, mas também é importante engajar-se em hobbies, aprender novas habilidades e manter uma vida social ativa, que estimule a mente e fortaleça as conexões cerebrais. - Adotar uma Alimentação Saudável
Priorize uma dieta variada e rica em legumes, verduras, frutas, grãos integrais e carnes magras, como frango e peixes. Essa combinação de nutrientes é vital para a saúde do cérebro. - Evitar o Sobrepeso
A obesidade pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, que estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento de demências. - Não Fumar
O tabagismo está associado a inúmeros problemas de saúde, incluindo lesões cardiovasculares que podem acelerar o aparecimento de demências. - Manter a Pressão Arterial Adequada
A hipertensão e outras doenças cardiovasculares estão entre os principais fatores de risco modificáveis para a demência. Controlar a pressão arterial é crucial. - Controlar o Colesterol e a Glicemia
Diabetes e níveis elevados de colesterol também estão entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de demências. Manter esses índices sob controle é essencial para a saúde cerebral.
Embora essas mudanças possam reduzir o risco, é importante lembrar que elas não garantem a prevenção total do Alzheimer, mas contribuem significativamente para a saúde cerebral e o envelhecimento saudável.
Cuidados com idosos com Alzheimer
Cuidar de um idoso com a Doença de Alzheimer demanda tempo, dedicação, paciência e, muitas vezes, algum tipo de instrução técnica. Dependendo do estágio da doença, é necessário saber como auxiliar a pessoa em todas as suas atividades diárias, incluindo higiene, autocuidado e alimentação.
Quando a família não consegue ter essa disponibilidade para o cuidado em tempo integral, a solução pode ser contar com a ajuda de cuidadores de idosos profissionais, dedicados e confiáveis. A Health Senior tem um time de cuidadores experientes e oferece todo o suporte para as famílias que precisam de ajuda para cuidar de familiares com Alzheimer e outros tipos de demência.
Para saber como podemos ajudar, fale conosco pelo nosso WhatsApp.
Fontes Consultadas: Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Alzheimer’s Association e Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.